Conceituação
Doença infecciosa aguda ou crônica do úbere, principalmente, das vacas leiteiras, causada por vários microorganismos, caracterizada por processo inflamatório e alterações físicas, químicas e bacteriológicas do leite e redução da produção de leite.
Agente etiológico
Tem-se um elevado número de microorganismos envolvidos e sua identificação tem importância do ponto de vista do conhecimento epidemiológico e na seleção das medidas de profilaxia pertinentes. Dentre os agentes envolvidos nesta patogenia, os principais são:
1. Bactérias habitantes da glândula mamária: Streptococcus agalactiae, S. dysgalactiae, S. uberis;
2. Bactérias externas à glândula mamária: Staphilococcus aureus; Corynebacterium pyogenes; Escherichia coli; Nocardia (N. osteroides e N. brasilensis.).São microorganismos altamente resistentes às condições do meio ambiente, principalmente se protegidos por matéria orgânica.
Distribuição geográfica: encontrada em todos os países que exploram a criação bovina.
A prevalência da mastite é alta.
Importância econômica e saúde pública: danos econômicos decorrentes das perdas de leite e da diminuição crônica da capacidade produtiva da vaca leiteira. Alguns agentes podem infectar o homem, como é o caso da E. coli.
Hospedeiros: vaca.
Fatores predisponentes: traumatismos internos e externos, ordenhadeira desregulada e não desinfetada, leite residual, precária ou inexistente assepsia de tetos antes da ordenha, animais de alta produção leiteira e hábitos não higiênicos do ordenhador, ordenha manual traumatizante.
Patogenia: microorganismos atingem a glândula mamária por três diferentes mecanismos:
a. Mastite ascendente: invasão do patógeno que está presente no meio ambiente, infecção e inflamação, e é nessa última fase que a mastite é clinicamente detectada e também está acompanhada de aumento de leucócitos no leite. Esta forma de infecção é chamada de ascendente.
b. Mastite endógena: causada por agentes comuns da glândula mamária, tais como Streptococcus agalactiae, uberis e dysgalactiae. Esses agentes habitam normalmente os ácinos do tecido mamário e, quando em situações que alteram o equilíbrio (traumatismos), passam a desencadear o processo infeccioso da mastite. A glândula mamária de novilhas é livre de microorganismos e a entrada da bactéria ocorre quando do início da produção leiteira em decorrência dos já mencionados fatores predisponentes.
c. Na chamada mastite descendente: quando o animal está acometido por uma infecção sistêmica e que se instala na glândula mamária, por via hematogênica, como, por exemplo, tuberculose, brucelose, micoplasmose, leptospirose.
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA
Fontes de Infecção
Mastite endógena: bovino portador são, doente subclínico, doente típico.
Mastites ascendentes: os reservatórios, como o homem e outros animais (suínos, aves), outros bovinos com infecção intestinal principalmente.
Mastites descendentes: doente ou portador (são ou em incubação).
Vias de eliminação: leite, fezes, urina, secreções oronasais.
Vias de transmissão: leite, mãos do ordenhador, fômites, vetores, ordenhadeira mecânica, utensílios em geral.
Porta de entrada: a grande maioria das mastites é pela via canal do mamilo (via galactogênica). Na forma sistêmica, a infecção ocorre pela via hematógena.
Suscetíveis: A predisposição aumenta progressivamente à medida que aumentam as lactações e a idade.
PROFILAXIA
Medidas relativas às fontes de infecção: identificação de casos subclínicos e tratar (isolar ou ordenhar no final) ou descartar; tratar ou descartar doentes; adequada limpeza e assepsia dos tetos e praticar pré e pós deeping.
Medidas relativas às vias de transmissão: limpeza e desinfecção das teteiras e de todos utensílios utilizados na ordenha; lavagem e assepsia das mãos do ordenhador; utilizar água de boa qualidade para limpeza de utensílios e equipamentos de ordenha; manter o ambiente limpo.