A produção de organismos aquáticos representa, no contexto mundial, uma importante alternativa para alimentar uma população cada vez mais numerosa. O Brasil, por sua vez, destaca‐se – nos diferentes relatórios internacionais e números que explicam a atividade no mundo – como o País com as taxas mais altas de crescimento da aquicultura. No País, a aquicultura é a atividade de produção animal que mais cresce. Tal aumento nos números é um fenômeno que acontece junto com o crescimento da pesquisa na área e por sua valorização pelas diferentes instituições de pesquisa, ensino, extensão e defesa animal, bem como pelas agências de fomento brasileiras.
O Documento Técnico “Levantamento das Unidades de Piscicultura no Estado de São Paulo” ‒ organizado por extensionistas e pesquisadores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo ‒ é um indicador deste processo de crescimento, com sua diversidade de sistemas de produção e finalidade de suas criações em todo o Estado de São Paulo. A abordagem e a quantificação do número de Unidades de Produção Agropecuária (UPAs), com a atividade de piscicultura, permitem ao leitor conhecer as diferentes linhas de pesquisa, com as quais a ciência da aquicultura avança no Brasil.
Em seu primeiro diagnóstico (Documento Técnico 122), realizado na região Oeste do Estado, foi aplicado o mesmo questionário nas pisciculturas das bacias dos rios Grande, Paraná, Baixo Tietê, Médio Tietê e Paranapanema, onde se verifica grande aumento da atividade, tendo como base a produção de tilápias em tanques-rede. Já o Documento Técnico 123 trata da distribuição das pisciculturas no Estado de São Paulo, dos sistemas de criação e objetivos de produção, da produção de alevinos, juvenis e de peixes (engorda) no Estado de São Paulo, além de abordar os aspectos socioeconômicos da cadeia produtiva da piscicultura.
Neste segundo Documento Técnico 123, os levantamentos quantificaram a produção de organismos aquáticos e, da mesma forma, apresenta dados socioeconômicos com enfoque na piscicultura; além de manter esses dados atualizados, em parceria com os produtores e suas organizações, fazendo uma primeira atualização, ainda em 2021, incluindo também o levantamento de outros componentes da cadeia produtiva (produtores de insumos, prestadores de serviços, unidades de abate e processamento, consumidores, entre outros), bem como implementar uma sala de situação da cadeia produtiva para efetivamente apoiar os produtores; os agentes da cadeia produtiva; a formalização e a elaboração de políticas públicas para o desenvolvimento da aquicultura no Estado de São Paulo.
O importante é que trabalhamos para aumentar a oferta de alimentos de qualidade, saudáveis, que ajudam a nutrir a crescente população mundial. O mundo pode contar com a produção de peixes de cultivo do Brasil, já que o Estado de São Paulo é o segundo maior produtor de peixes cultivados no País e o Brasil é o quarto maior produtor de peixes no mundo. Há significativa exportação de peixes, mas, nos próximos anos, o Brasil pode ser reconhecido como um grande exportador de peixes cultivados. A piscicultura brasileira é, ainda, um gigante adormecido, porém o potencial é imenso. Temos desafios, mas também tecnologia, ciência, união e perseverança para superá-los.
Com este Documento Técnico, o leitor tem em suas mãos um farto material informativo e uma interessante coletânea de estudos que compõem o atual contexto da atividade de piscicultura no Estado de São Paulo.
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