Conceituação
A leptospirose bovina é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Leptospira, com uma evolução freqüentemente inaparente ou com manifestação de abortamento, hematúria, anemia, icterícia e óbito. É uma zoonose, pois pode acometer o homem.
Agente etiológico
A Leptospira conta com duas espécies, uma patogênica (Leptospira interrogans), e outra apatogênica (Leptospira biflexa). A L. interrogans possui várias subespécies que são denominadas sorovares e as mais importantes para bovinos são a Leptospira pomona, Leptospira hicterohemorragiae e Leptospira grippotyphosa
Distribuição geográfica
Apresenta-se em países com criações extensivas, como Austrália, EUA, Canadá, América do Sul, Ásia Menor e Sudeste Asiático, assim como no Casaquistão.
Prevalência: alta nos rebanhos de bovinos.
Importância econômica e em saúde pública: perdas econômicas são relacionadas ao abortamento, bem como a infertilidade. Nos casos agudos, o prognóstico é desfavorável.
Hospedeiros: animais domésticos, silvestres e sinantrópicos.
Fatores predisponentes: presença de roedores; áreas inundadas; promiscuidade entre espécies; proximidade de córregos e lagos potencialmente contaminados.
Patogenia
A Leptospira penetra no organismo do bovino suscetível pela mucosa oral. Anemia e icterícia são sinais proeminentes na forma hemolítica aguda da doença. A urina apresenta-se com uma coloração vermelho-clara ou vinho do porto. Os rins apresentam lesões mais significativas na forma de infarto, provocando manchas no córtex.
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA:
Fonte de infecção: doentes, portadores e reservatórios (roedores).
Vias de eliminação: urina e restos placentários.
Vias de transmissão: água, alimentos, fômites e leite contaminado.
Porta de entrada: pele e mucosas.
Suscetível: homem, animais domésticos e silvestres.
COMUNICANTES: animais domésticos expostos a animais silvestres, sinantrópicos e bovinos positivos ou originários de regiões endêmicas.
PROFILAXIA:
Medidas relativas às fontes de infecção: exames clínico e laboratorial para diagnóstico e posterior tratamento dos animais positivos; controle de roedores.
Medidas relativas às vias de transmissão: evitar o acúmulo de águas paradas e áreas inundadas; limpeza e desinfecção dos bebedouros e comedouros; fervura do leite antes do seu fornecimento; limpeza, lavagem e desinfecção de fômites.
Medidas relativas aos suscetíveis: vacinação; monitoramento por meio de provas sorológicas.
Medidas relativas aos comunicantes: quarentena para aplicação de provas laboratoriais e tratamento em caso positivo.