Trinta viveiristas e 20 técnicos da CATI e pesquisadores participaram da capacitação realizada pela CATI Sementes e Mudas, no seu Núcleo de Produção em Itaberá, nos dias 28 e 29 de agosto, que contou com palestras e atividades práticas com especialistas da área durante um Dia de Campo
Métodos de enxertia e estaquia (apresentados por técnicos e enxertadores da CATI, do Núcleo de Produção de Itaberá, com mais de 30 anos de experiência); semeadura e condução de porta-enxertos; legislação com foco no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem); instalação de viveiros; implantação de manutenção de matrizeiros e jardins clonais; coleta e beneficiamento de sementes; padrão de muda Cacau SP; e produção de mudas em embalagens biodegradáveis – Ecopot (tecnologia pioneira no Brasil trazida pela CATI). Estes foram os principais temas desenvolvidos em mais de 10 horas do curso organizado por extensionistas da CATI Sementes Mudas e do Grupo Técnico do Programa Cacau SP, da CATI Regional São José do Rio Preto, e também da CATI Regional Registro.
“A produção de muda de qualidade é um dos principais gargalos para expansão do cacau na atualidade, principalmente no Estado de São Paulo, que é uma zona não tradicional de cultivo, mas onde a cultura vem ganhando espaço e despertado interesse de produtores de diversas regiões no plantio e na agregação de valor com a produção de chocolate. Diante desse cenário, temos nos especializado continuamente junto aos principais centros e produtores de mudas no Brasil, e já temos instalado um matrizeiro de plantas selecionadas, bem como uma produção crescente de mudas em Ecopot – embalagens biodegradáveis, dentro do nosso Programa Propaga SP (mais informações na seção de notícias do site www.cati.sp.gov.br). No entanto entendemos que, diante da demanda, é impossível para a CATI atender ao mercado com o número de mudas necessárias”, explica Marcos Augusto Franco Júnior, diretor do Centro de Mudas da CATI Sementes e Mudas.
Sendo assim, Franco Júnior ressalta que o curso - elaborado com apoio de especialistas, como o consultor na cultura e produção de mudas de cacau, Aldo Maia Lavigne Brito, da Bahia, um dos principais instrutores da atividade - teve como objetivo capacitar, com conhecimento amplo e adequado à realidade paulista, viveiristas que possam atender à demanda com mudas de qualidade.
Em sua palestra, mas principalmente na parte prática, onde a troca de experiências e o esclarecimento de dúvidas de cada etapa da produção de mudas foram constantes, Lavigne destacou a importância do Programa Cacau SP desenvolvido pela CATI como o pilar do desenvolvimento da cultura e da produção em solo paulista.
“Um dos grandes diferenciais de São Paulo na produção de cacau incentivada pela CATI, por meio do Programa Cacau SP, é que aqui a produção está caminhando junto com a produção de chocolate, inclusive pelos produtores, o que impacta positivamente toda a cadeia produtiva, com agregação de valor, geração de emprego e renda; além disso, com maior diversificação de atividades nas propriedades rurais, haja vista que, em São Paulo, o modelo de produção integrada é o mais difundido, como ocorre no noroeste paulista (na região de São José do Rio Preto), onde a cultura é conduzida em consórcio com seringueira e banana, e na região do Vale do Ribeira, em sistemas agroflorestais”, esclarece o consultor.
Lavigne ressalta ainda que, neste contexto, a produção de mudas com qualidade e responsabilidade sanitária, como a CATI tem feito e agora transferindo conhecimento e expertise a viveiristas experientes em outras áreas - como na produção de mudas de citros, que tem muita tecnologia para agregar -, o panorama da cultura em São Paulo ficará ainda mais favorável para que ela se consolide como alternativa viável e rentável para pequenos, médios e grandes produtores, bem como para a produção artesanal e em grande escala de chocolate com amêndoas paulistas.
Participando atentamente de todas as atividades, Mário Cavallari Neto, engenheiro agrônomo e viveirista de São Miguel Arcanjo (município da área de atuação da CATI Regional Itapetininga), enaltece a iniciativa. “Estou saindo com uma bagagem de conhecimento prático que, com certeza, fará diferença para iniciar na produção de mudas de cacau. E a CATI, como sempre, cumprindo seu papel de apoiar não apenas os produtores rurais diretamente, mas todos os elos da cadeia produtiva. Agradeço em nome do coordenador da CATI, Ricardo Pereira, o trabalho de todos os técnicos que, em cada canto deste estado, trabalham para que o desenvolvimento dos produtores rurais e da atividade rural com responsabilidade ambiental, social e econômica”.
Fazendo um balanço do curso, o diretor do Centro de Mudas da CATI avalia que superou as expectativas. “Nosso objetivo, como órgão de extensão rural, foi alcançado. Tivemos no evento tanto produtores, que já compraram sementes no Núcleo para iniciar a produção, quanto outros interessados em aprender sobre a produção de mudas em embalagens biodegradáveis; e até um viveirista que está se estruturando para, no futuro, produzir mudas micropropagadas. Também tivemos aqueles que adequarão a estrutura preexistente, com base nas informações, nos conhecimentos e nas experiências passadas pelos nossos palestrantes e por viveiristas experientes na produção de mudas de cacau, como o André Seixas, do Viveiro PRÓ CACAU – Tecnologia em Mudas e vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto (Acirp), parceira desde início da CATI, no desenvolvimento do Programa Cacau SP)”, explica Marcos.